Ser de Deus,
não nos livra das tentações do mundo.

Poderei ter momentos em que me sinta
tão amado e abençoado por Deus,

que até me esqueça que vivo
num mundo que não valoriza uma vida entregue,

porque desconhece a lógica do Dom.

É nesses momentos que temos de cuidar as raízes 

que sustentam o nosso ser e missão

e agarrar a âncora a que prendemos o nosso barco.  

Se nos distrairmos,
se perdermos  o rumo e o para quê da entrega,

seremos facilmente arrastados para o sem sentido.

Neste tempo insólito,
poderá assaltar-nos a insegurança e a dúvida.

Quando as ondas surpreenderem a mais simples distração…

Ergue-nos, Senhor, e faz-nos ouvir
os ecos dessa Voz que não nos deixa à deriva!

Levantai-vos! E não tenhais medo!

Conheces, Senhor, nossos sonhos e derrotas.

Como “atletas”, na pista da vida, 
faz-nos correr em Teu nome, 

e passar, alegre e tenazmente, o facho do Bem Fazer!

Quando perdidos,
faz-nos voltar rapidamente ao primeiro Amor

e volver o olhar para os que ficaram nas margens da vida, 

à espera de um Samaritano.

Prepara-nos, para entrar neste caminho sinodal 

que se abre à Igreja e a cada um de nós. 

É mais fácil, erguermo-nos juntos 

e ter crédito, para passar a mensagem deste Tempo Novo. 

No Caminhar juntos, sob o dinamismo da escuta recíproca, 

descobre-se a horizontalidade como linha.

Os outros. Especialmente os peregrinos e buscadores,

juntar-se-ão a nós nesta viagem, de braços abertos à comunhão

de passos determinados  de escuta e proximidade, 

com gestos reais de participação, inclusão e cuidado.