Um tempo a não perder!
Apenas sei que caminho

como quem é olhado, amado e conhecido
e por isso em cada gesto ponho solenidade e risco.
(Sophia de Mello Breyner)
Um tempo a não perder!
Este tempo inédito, perplexo e duro, constitui uma oportunidade para a fé, para a descoberta do essencial da existência humana, na nossa breve passagem sobre a terra. Sabíamo-lo mas… a distracção era tanta que até nos julgávamos senhores do mundo e da vida.
Este tempo, procura-nos e deseja-nos. Apesar do “distanciamento” a que a Pandemia nos obrigou, percebemos que somos olhados, acolhidos e conduzidos pelo céu, no nosso humilde ministério da escuta e da consolação de tantos, cujas histórias de vida nos provocam e fazem pensar nos compromissos de uma vida radicalmente entregue.
Devíamos andar de “joelhos”, com a alma de joelhos, sim. A bendizer, a agradecer o permanente sustento de Deus e dos irmãos, a abundante ou frugal mesa da fraternidade que nos acolhe e nos livra do drama da solidão e da inércia de tantos que nos confessam seus medos, e ansiedades por viverem sós, num dia a dia sempre igual e triste.
Tem-me impressionado este tempo mais propício a pegar no telefone a ver se está alguém do outro lado que pede a companhia de uma palavra que lhes possa mitigar a solidão ansiosa.
Tenho dado conta, sobretudo se já é noite, de como são diferentes os diálogos com Deus e o Seu silêncio questionador, de como é diferente o habitual exame de consciência… que passou ao mais concreto e ao mais real que se passa na terra e ao redor de nós.
Não basta acreditar. É preciso mergulhar para saborear e sentir-se acolhido por este Deus maior e ensaiar um olhar mais amplo sobre o mundo e sobre a nossa decisão por Deus e pelos necessitados.
Tenho-me dado conta de como é impossível cuidar-me e cuidar os outros se não estou inteira a cuidar de Deus, meu centro, meu tudo, “meu quase tudo” e âncora desta “barca” onde estamos todos e nos salvaremos juntos, como nos repetiu o Papa que, naquela silenciosa noite, vestido de branco e sozinho, atravessou a Praça de S. Pedro, que “nunca esteve tão cheia” como naquele fim de tarde!
O mundo inteiro acompanhava o momento.
E creio que o Papa sentiu o mundo a olhá-lo e a caminhar com ele!
E creio que o Papa sentiu o mundo a olhá-lo e a caminhar com ele!
Nesta Quaresma inédita, cada um possa dizer: Só sei que caminho…olhado, amado e conhecido. Para poder dizer: só sei que “estou em casa”. Mas não estou só.
Confhic
Boas Festas!
Do presépio, com meiga força, Jesus proclama

o apelo à partilha com os últimos, como estrada
que se abre para um mundo mais humano
e mais fraterno, onde ninguém é excluído.
[Cf Carta Apostólica: O Silnal Admiravel! Papa Francisco]
[Cf Carta Apostólica: O Silnal Admiravel! Papa Francisco]
Na celebração de um Natal diferente,
somos chamados a focar-nos
no essencial deste tempo
de luz e solidariedade!
E a fixar o olhar naquele Menino,
de braços abertos, acolhendo todos
num abraço inclusivo, que nos leva
a ver o Seu rosto em cada rosto.
A força da Esperança nos ponha a caminho de
fazer o Bem onde há tanto Bem a fazer!
Um Santo Natal e um Próspero Ano Novo
São os votos das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras
da Imaculada Conceição
Fátima || 2020
Vigilantes...Sob o olhar providente de Deus!
Senhor!
Mantem-nos atentos, vida fora,
Mantem-nos atentos, vida fora,
à constante exortação da Tua Palavra:
Olhai! Estai atentos! Vigiai!
Mantem o nosso olhar
focado no Teu Olhar,
esse olhar que vela sobre nós
e tudo providencia no caminho!
Com amor eterno nos olhas,
Tu nos querescom predileção nos chamas.
a viver com gratidão o passado,
a viver com paixão o presente
e a “iluminar o futuro”!
Como Maria,
firmes na Tua graça,
na certeza de que “A Ti nada é impossível”,
renovamos o compromisso
de viver profeticamente,
servindo –Te, servindo os irmãos,
especialmente os mais necessitados!
Mantem nossas lâmpadas acesas,
na Tua Luz,
e seremos discípulos atentos…
que, vigilantes na noite,
aguardam com esperança a nova aurora
que desejas para o mundo!
[Confhic]
[Confhic]